Em 20 de julho último, se estivesse vivo, o roteirista Alan Grant teria completado 75 anos de idade. Celebrar aniversário de defunto nunca fez qualquer sentido para mim, mas é bem verdade que, às vezes, a lembrança do natalício de um notável é um belo jeito de chamar a atenção para a obra de um(a) mestre(a) morto(a). Diabo, até morrer pode ser um requisito para fazer sucesso na posteridade ou ressuscitar o interesse pela obra de um(a) mestre(a) até então vivo(a).[1]
Tanto serviu que decidi finalizar uma continuação daquele texto sobre o Ventríloquo/Scarface, rascunhado, porém em bat-banho-maria.
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Como dizia naquele dia, após vários saltos – ou cortes, fique à vontade para escolher o seu veneno – a estreia do trio Alan Grant, John Wagner e Norm Breyfogle no Brasil só se deu a partir da Detective Comics nº 590, que, reiterando, trazia consigo a famigerada capa com a silhueta do Batman de costas, olhando para o relógio Big Ben, na torre do Palácio de Westminster, a sede do Parlamento Britânico em Londres.
Essa capa, curiosamente, foi aproveitada pela Editora Abril no encadernado formatinho das Dez Noites da Besta, que, por sinal, não tinha nada a ver com a história original do Alan Grant, que era simplesmente uma viagem do Batman à Inglaterra para caçar um líder terrorista que havia assumido a autoria de um atentado em Gotham. Dois detalhes: primeiro, o Batman chega a Londres no 5 de novembro e, por todo canto, há aquela malhação do Judas deles, com bonecos do Guy Fawkes. O segundo detalhe é o título da história: “Um Morcego Americano em Londres”, que acaba sendo um trocadilho com o filme “Um Lobisomem Americano em Londres”. Na versão Panini, ficou “Um Batman Americano em Londres”, abandonando a trucagem e o gingado da rima com o clássico do cinema de horror.
Se puxar na memória, décadas depois, o Frank Miller, no calor do 11 de setembro, queria lançar pela DC uma história assim, e isso acabou saindo como um projeto autoral dele, com um análogo do Batman, bem polêmico e bem execrado pela crítica. Não precisa dizer que eu prefiro dez mil vezes mais o discurso do Alan Grant, que não poupa críticas à postura dos Estados Unidos, num período em que estávamos ainda a mais de uma década de distância da tragédia das torres gêmeas.
Em certo momento, o terrorista Abu Hassan, que estava sendo caçado pelo Batman, até solta essa provocação:
Enquanto o Abu Hassan fala tudo isso, ele está todo arrebentado, com o sangue escorrendo pelo rosto, com o Batman segurando pela gola, entremeado com imagens de crianças famintas, bem raquíticas... e aí, pouco a pouco, Bruce vai hesitando, e antes com um punho fechado, apontado para o rosto do Hassan, você vai percebendo que a mão dele vai se abrindo e os olhos saindo da expressão de fúria para de tristeza. É bem sutil e, isso no fim da história, segue lhe atormentando:
Arrumando a casa: A Abril começou a publicar a Detective Comics da nova equipe criativa com um déficit de sete edições inéditas, ou seja, ignora as sete anteriores e segue dessa historinha do terrorista (nº 590) em diante. Precisamente, em Batman nº 2ª (março/1990) da até então (inédita) série mensal em formato americano.
Mas aí, o que ocorre de significativo nas Detective anteriores? Já falamos sobre as nº 583-584 de Ventríloquo/Scarface; nas nº 585-586, somos apresentados a Otis Flannegan, um ex-exterminador de pragas do Departamento de Saneamento de Gotham. Numa briga de rua, ele acabou esfaqueando o outro agressor, que acabou morrendo. No julgamento, ele alega legítima defesa, tendo em vista que o homem o atacou sem motivo, zombando do cheiro de esgoto em Otis. Mas no fim, ele é condenado por assassinato.
Ele cumpre sua pena, e quando sai, captura o sargento de polícia que o prendeu na noite da briga e deu o testemunho que foi fundamental para sua condenação; ele aprisiona também o Juiz do caso e o diretor da penitenciária. Os três passam os próximos três anos em jaulas no esgoto, sem higiene pessoal e comendo ratos mortos, dados pelo próprio Otis. Nesse meio tempo, descobrimos que o nosso “Caça-Ratos” consegue adestrá-los e controlá-los com um apito especial.
No começo, um desses três prisioneiros foge, mas é morto por uma ninhada de ratos, e isso desperta a atenção de Batman e de Gordon, já que o defunto era um Juiz que havia desaparecido sem deixar pistas. É uma história impactante. O Caça-Ratos não tem nada a ver com aquela versão leve do Taika Waititi no filme do Esquadrão Suicida de James Gunn. Na realidade, o homem é um sádico, ainda que tenha indícios que, sim, aquele assassinato foi legítima defesa e ele tenha sofrido abusos na penitenciária.
De curiosidade, a capa da Detective nº 586 foi a primeira que o Norm Breyfogle fez para um gibi do Batman; e, vale dizer, é incrível, com o Caça-Ratos no primeiro plano, segurando uma lanterna, entrecortado em sombras, com os olhinhos de dezenas de ratos e o Batman no chão, nocauteado sob uma poça no esgoto.
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Na edição seguinte, tenho a leve impressão que o artista decidiu que ninguém jamais voltaria a fazer a capa de um gibi dele, porque no nº 587, ele entrega nada mais, nada menos que uma de suas artes mais icônicas; que é a do personagem num beco escuro, com a silhueta frontal bem no alto da página, em meio à chuva e trovões. Mesmo sem publicar a referida história, a Abril acabou usando a capa em Armageddon 2001 nº 3; que especulava um futuro onde Batman poderia se deparar com uma situação limítrofe e, supostamente, se tornaria o vilão Monarca. Mas, obviamente, isso não aconteceu.
Seguindo em frente, entre Detective nº 587-589 se desenvolve o arco O Povo da Noite. E se você já estava começando a sentir que Alan Grant, a cada edição, está esticando mais e mais a corda, aqui nesses três números, o que está sendo testado são os limites do que o (editor) Dennis O’Neil estaria disposto a publicar. São vários núcleos orbitando juntos, com um Batman que só parece ser um mero detalhe na história. Um DJ de rádio, porém, une todas as tribos tocando clássicos do rock, e a cada trilha, ele comenta trechos das letras ou as próprias canções interagem com a cena; como a do grupo de mendigos, com a sugestiva Trash do New York Dolls.
E eis que ocorre um assassinato no beco onde moram. Um deles, o "Perneta", revolta-se com o suposto descaso do Batman em encontrar o matador:
Percebe que isso é outra crítica velada ao personagem e, a preço de hoje, tem muita gente por aí que realmente pensa desse jeito?! Que o Batman é um super-herói das elites. É um ponto para se refletir, e voltarmos a esse raciocínio mais à frente em outro texto. Talvez na história do Anarquista, que tal? |
Ainda sobre o Povo da Noite, paralelamente, um homem chamado Derek Mitchell, sentenciado à prisão perpétua, fugiu da cadeia e quer acertar as contas com o criminoso que o delatou. Esse delator, metido a técnico de efeitos especiais de cinema, na verdade, foi quem encomendou a morte daquele mendigo, pensando ser Dalton Walls, um milionário excêntrico que vivia entre os desabrigados. Então, o delator/ilusionista/assassino/aproveitador se autointitulava de "Sr. Kadáver" e estava mexendo os pauzinhos para ficar com parte da fortuna daquele ricaço. Batman só entra nessa salada porque está perseguindo uns traficantes, e aí topa com o fugitivo (Mitchell), que acaba sofrendo um acidente com resíduos químicos, que o transformam no Homem-Corrosivo; tal qual Derek Powers em Batman Beyond, lembra?
Olha, é uma loucura. O Alan Grant deve ter pensado que, se o Dennis O’Neil lhe deixasse publicar isso, ele poderia fazer qualquer coisa. E essa história que, como vocês devem ter percebido, tem tudo a ver com sincronicidade, fecha com o DJ da rádio, que a gente descobre que estava drogado, acaba atropelando e matando o próprio traficante que o Batman vinha perseguindo no começo da noite.
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Aí, vejam só, se Detective nº 590 da viagem a Londres saiu na 2ª edição da Abril, o nº 591 só veio a dar o ar da graça no nº 13 do título nacional. Tem quem se irrite retroativamente com isso. Eu, por outro lado, fiz as pazes com o demônio da tesoura e, hoje em dia, me divirto com aquelas indiscrições. Sobre o enredo de Detective nº 591, diz respeito a um aborígene vingativo, que caça um milionário que se apossou de uma relíquia de seu povo e a quer de volta. É a segunda vez que o Alan Grant destila seu discurso corrosivo sobre a nata da sociedade gothamita; e, volto a dizer, será uma constante. Essa edição saiu em Saga do Batman nº 8 (Panini/2021), assim como as Detectives nº 592-593, e aí meus amigos, essas é que são realmente de embrulhar o estômago.
Elas trazem um arco com o serial killer Cornelius Stirk. De cara, o Cornelius, que tem uma característica transmorfa, parecida com o indutor de imagens do Noturno, descarta um corpo na mala de um táxi usando a imagem de Jesus Cristo para uma criança que vê isso acontecendo. Fora que ele é um canibal, então veja só o (sub)nível da coisa. Durante a história, descobrimos que ele teve alta do Arkham e deveria tomar um remédio para regular um desequilíbrio químico. Só que, como ocorre com muitos pacientes psiquiátricos problemáticos, deliberadamente deixa de tomar o seu remédio e percebe que, usando o seu dom, quando ele aterroriza as pessoas, elas liberam uma substância que, quando mortas, o coração fica com um aditivo dessa descarga de pavor que o ajuda suprir suas necessidades.
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Nem Preacher, de Ennis & Dillon, no auge de sua esbórnia herética, mandou uma dessas. |
Off-topic, mas nem tanto:
Acho bem curioso que o aspecto real de Cornelius lembra muito o semblante aterrorizante do John Dee em Sandman. Fora toda a retórica subversiva dele(s). O negócio é tão pesado que o Batman rastreia e encontra a casa dele, mas Cornelius não está, mas no fogão há uma panela com cozido de coração humano.
E sabe o que é interessante? É que a abordagem do Cornelius para as vítimas e esse lance do canibalismo lembra também o modus operandi do Jeffrey Dahmer, só que aí está o ponto... Esses edições de Detective saíram nos Estados Unidos em novembro e dezembro de 1988. O Dahmer só foi preso em 1991. Mesmo a versão do John Dee que Neil Gaiman trabalha só aparece em meados de 1989. Esse é o meu ponto: temos aqui um Alan Grant produzindo gibi Vertigo antes de existir um gibi Vertigo.
A história
do Cornelius Stirk não acaba aí. Anos depois, o serial killer volta a aparecer em A Sombra do Batman (The Shadow of the Bat); e sobre essa (nova) mensal, um parêntese: Alan Grant foi o roteirista titular da edição nº 1 até a 82, sem pausa, sem escritor convidado
nem nada. Isso mesmo. 82 edições! Sem falar da quantidade enorme de especiais paralelos. Eu ouso dizer que no mercado americano, tanto na DC quanto
na Marvel, não existe hoje mais ninguém escrevendo gibi de massa nesse nível e nessa
regularidade. Nos quadrinhos do Batman, cravo que não, talvez nem no seu próprio tempo, ainda mais quando vemos um Dennis O'Neil - numa notinha em Amazing Heroes nº 133/1988 - entusiasmado com o que a nova equipe criativa estava lhe entregando: "Wagner e Grant realmente têm imaginações macabras. [...] O material deles é horripilante... não é para os fracos de estômago ou coração! ".
Voltando ao Cornelius, seu retorno se dá nos nº 46 e 47 de A Sombra do Morcego, e aqui no Brasil, na edição nº 15 de Batman Vigilantes de Gotham (Abril/1998). Curiosamente, àquela altura, era a estreia desse vilão, já que a Abril não havia publicado a história anterior em Detective, mas para ser honesto, o escritor faz um recordatório tão bem feito que se chega a pensar que mesmo é a primeira aparição do vilão.
Nesse caso, o Cornelius está sendo entrevistado por um escritor de livros sobre serial killers, ludibria todo mundo e foge do Arkham. Na noite da fuga, está ocorrendo a festa da vitória da nova prefeita de Gotham. E ele quer justamente comer o coração dessa prefeita. História muito boa, a arte não é do Breyfogle. É também de outro finado que deixa saudades, o John Paul Leon, que volta e meia colaborava nessa revista, mas nesse tempo, se me dissessem que era do Mike Mignola, eu caía que nem um pato. Sem exagero, era idêntico. E muito bom, só para constar.
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A Detective nº 594 era inédita também e traz consigo um operador da bolsa que está drogado, ouvindo vozes e com três bananas de dinamite. Ele procura três alvos que estão envolvidos com drogas. Pode ser traficantes, usuários e até os próprios colegas de trabalho dele, que lhe repassaram os comprimidos. Nessa história, também aparece um detetive particular, criação de Grant & Breyfogle, o Joe Batata (Joe Potato). O homem é um velho corpulento, cujo rosto lembra mesmo uma batata. Na trama, um contratante anônimo estava pagando dez mil dólares para que ele capturasse o operador da bolsa drogado, sem atrair a atenção da polícia. Tal como Cornelius, Batata também volta mais tarde para outras participações em histórias futuras de Alan Grant.
Já o nº 595 saiu no Brasil, mas nem conta muito porque era para cumprir protocolo por ser tie-in da saga Invasão. Aí, meus amigos, vejam só maluquice do Alan Grant: os nº 596-597, inéditas por aqui, eram uma história em duas partes em que o Batman investigava uma rede clandestina que produzia snuff movies, vídeos de tortura e sadismo, para exibições privadas na elite da cidade. Na segunda parte, o Batman até chega a ser espancado e filmado para esses espectadores. A arte fica por conta do uruguaio Eduardo Barreto; inclusive, por ter uma carga mais sombria e realística do que o surrealismo habitual do Breyfogle, eu acho que acaba sendo muito mais apropriada para a história.
Há uma crítica social muito arrojada nessa história, porque o roteiro se pega na contradição de que o Batman é uma criatura de violência; e, segundo o Alfred, numa tirada bem ácida, o Bruce nutriria, sim, um certo prazer com isso. E o próprio ato de existirem pessoas que querem pagar para ver uma violência também resvala nos leitores, que pagam o gibi, claro, para ler uma boa história, mas não deixa de ser histórias com um ímpeto violento. Vamos dizer, é quase uma crítica social em abismo.
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Até aqui foram treze edições inéditas. Elas saíram compiladas entre Saga do Batman nº 5-9. Creio que todo mundo que, em algum momento, notou essa lacuna tentou descobrir por que a Abril fez isso. Sigo nessa corrente que foi o teor "adulto" das histórias - ou mais maduro, vai? -, quase como se tivessem sido produzidas para uma Vertigo extraoficial. Por outro lado, não consigo visualizar o editorial da Abril sendo tão sensível, mas, quem sabe, alguém lá ponderou que essa truculência britânica talvez demorasse ainda um pouco para ser normatizada pelo leitor brasileiro, como um gosto adquirido.
Fato é que esse ano "Vertigo" de Detective Comics saiu também da caixinha ao não aproveitar nenhum dos vilões da galeria tradicional do Batman. E isso tem uma explicação. Num trecho de uma entrevista a dois, de Grant e Breyfogle em 2007, no (agora desativado) blog 20th Century Danny Boy, eu consegui recuperar esse trechinho:
" Grant: Do meu ponto de vista, isso se devia principalmente ao fato de eu não ter lido nenhum Batman desde o fim da temporada de Denny O'Neil. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Eu não tinha ideia se os outros vilões como o Coringa ou o Pinguim estavam sendo usados no Batman. Portanto, era mais fácil criar novos [vilões] do que passar por todo o trabalho de descobrir o que estava acontecendo com os antigos. Não foi até eu acho que depois de talvez um ano de Norm e eu trabalhando em Detective que os leitores começaram a escrever e perguntar: 'Por que não estamos vendo esses caras aqui?', como o Coringa, o Pinguim, o Espantalho e começamos a fazê-los.
Breyfogle: Francamente, lembro de ter ficado um pouco desapontado no início porque queria desenhar os vilões clássicos do Batman. Eu cresci com eles e era isso que queria desenhar, mas agora, olhando para trás, estou muito feliz por termos criado todos esses personagens. Na verdade, devo dizer que os considero suas criações.
Grant: Não, não. Qualquer coisa que um escritor e um artista façam juntos é uma cocriação. Absolutamente.
Breyfogle: Direi que sou parcialmente o criador, claro, mas a gênese, a semente dos personagens veio de você. [Sobre o visual] Geralmente, Alan dava muito pouca informação sobre a aparência deles e eu me sentiria da mesma forma se estivesse escrevendo um personagem para outro artista desenhar. É a mesma coisa que sinto ao dar instruções de cores aos coloristas. Quer dizer, uma vez que você começa com as sugestões, tudo está inter-relacionado e não há onde parar. Eu sei que uma imagem vale mais que mil palavras e, a menos que você tenha uma imagem realmente clara em sua mente do que deseja, não daria notas específicas a um profissional mais adiante. Porque se [o script] for bom, você fará bem o seu trabalho de qualquer maneira e, se [o script] não for [bom], nenhuma palavra servirá para aumentar suas habilidades no lápis. "
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Quantos bons quadrinhos do passado foram produzidos num mix de oportunidade, improviso e genialidade? Porque o que esses dois fizeram se encaixa perfeitamente nessa trinca.
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Links Afiliados:
[1] Herman Melville, por exemplo, morreu antes de ver o sucesso que seu livro mais importante, Moby Dick, alcançaria algum tempo depois. Já Elza Soares, falecida em 2022, trouxe um foco adicional à discografia e gravações inéditas, promovendo um debate sobre os direitos autorais e o uso póstumo de suas criações.
Que resgate, meu chapa. Essa sequência de Detective Comics é das minhas preferidas do Morcego, e descobri-las na Saga do Batman foi um achado de fazer voltar o tesão em ler algo do Batman. E é bem isso mesmo: run proto-Vertigo pulado com certeza pela abordagem seca do Alan Grant. É um jeito de contar história que não se vê mais há MUITO tempo nos gibis de linha tanto da DC quanto da Marvel, sem papo de saudosismo. É cru e ao mesmo tempo há uma classe... E o Breyfogle coroa a coisa; não houve Batman mais cheio de movimento que o dele.
ResponderExcluirJá conversamos bastante sobre essas Detective Comics, e acredito que ainda falaremos mais porque é gibi do bom.
(A reação do Batman quando encontra o coração no ap do Stirk é impagável. E acho que o Alfred nunca foi tão cheio de tiradas como nesses contos.)
Abraço!
Esse run é, definitivamente, a jóia da coroa das bat-mensais entre o final dos anos 80 e início dos 90. Uma das minhas frustrações como batmaníaco era o quão pouco a Abril publicou dessa dupla aqui. Felizmente, um dos grandes acertos da Panini foi essa correção histórica com A Saga do Batman. Que sequência brilhante de histórias e que dupla afiada. Esse run merecia muito mais reconhecimento do que teve em sua época e a posteriori.
ResponderExcluirQue texto maravilhoso Luwig! Sou um admirador ferrenho de Alan Grant e sinto que o grande público acaba desmerecendo seu trabalho no geral. Principalmente quando falamos do Batman! Seus textos sempre que duras críticas sociais e pendendo pro lado urbano do morcego!
ResponderExcluirDo Vale/Lendo à Bessa, pois é, eu também detesto quando vem o outro apertar o botão do saudosismo quando um resgate histórico escancara a qualidade do texto/arte e, fatalmente, você olha para os gibis do presente e percebe que o bom & simples do passado - quase no nível da fórmula - não é que não existam mais, é que era mais complexo do que pensávamos.
ResponderExcluirIgor, se não cheguei a admitir no texto, vou te confessar que só descobri essa longa lacuna de edições puladas exatamente com Saga do Batman. Então, não tive qualquer infelicidade retroativa, xingando as mães do pessoal da Abril, mas, sim, a alegria genuína de descobrir que existiam gibis Grant/Breyfogle que eu ainda não havia lido. É o meu bat-copo meio cheio.
Rafa, o grande público desmerece? Eu não consigo nem crer que existe um grande público leitor do Grant, no sentido de se importar de verdade com as histórias dele. Não digo que é um escritor subestimado porque detesto esse tipo de afirmativa, mas que ele é pouco analisado, isso eu não tenho a menor dúvida. Por sinal, fiz buscas por toda a coleção da finada Wizard (EUA) e não encontrei uma única matéria dedicada ao escritor; encontrei, sim, uma (só) entrevista com o Breyfogle. No mais, valeu por ler, meu chapa.